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Efeitos Biológicos

 

 

Segundo a Comissão Internacional para a Proteção Contra as Radiações Não-Ionizantes (ICNIRP), os campos magnéticos são considerados demasiado intensos quando ultrapassam os 100µT, já os campos elétricos são considerados intensos quando ultrapassam os 5000 V/m.

 

A constante procura do Homem pelas práticas que envolvem o eletromagnetismo, verificou-se um aumento da nossa exposição aos campos eletromagnéticos.  Os processos eletrofisiológicos normais existentes no nosso organismo podem ser influenciados pelos campos eletromagnéticos externos, sejam estes naturais (emitidos pelo Sol) ou artificiais (isto é, produzidos pelo Homem).

 

As principais fontes com origem humana estão presentes em três espaços – domiciliário, profissional e público.

I. Espaço domiciliário – através de aparelhos de uso doméstico como microondas, telemóveis, alarmes de segurança, rádios, televisões e aparelhos de vídeo, entre outros equipamentos;

 

II. Espaço profissional – através de sistemas de aquecimento industrial, indústrias de radiodifusão, transporte e comunicação militares, equipamentos de diatermia médica para tratar a dor e a inflamação e instrumentos eletrocirúrgicos.

 

III. Espaço público – através de emissores rádio ou televisão, radares, equipamentos de comunicação entre profissionais de segurança e táxis, sistemas de telecomando. Níveis mais elevados de campos de radiofrequências podem ocorrer em áreas localizadas perto de locais onde estão sedeadas grande número de antenas ou sistemas de radar.

 

 

Os efeitos dos campos elétricos e magnéticos nos seres humanos encontram-se em estudo, pois não existem dados concretos para todas as patologias. Há diversas investigações a decorrer para tentar conhecer esses efeitos.

Doenças como a leucemia, tumores, depressões, doenças cardiovasculares e degenerativas, têm sido as zonas mais importantes do estudo epidemiológico. A epidemiologia examina diversas doenças tendo como objetivo compreender se existe ou não relação entre agentes ambientais, comportamentos humanos e modos de vida com o surgimento de determinada patologia. Assim, a partir dos dados recolhidos e após a interpretação minuciosa dos resultados consegue chegar a algumas conclusões.

 

 

 

 

 

As radiações ionizantes, como é o caso dos raios X, provocam a rutura das ligações químicas das moléculas. Pelo contrário a radiação eletromagnética não ionizante, ou seja radiação que não tem capacidade de produzir iões, direta ou indiretamente (de que resultam lesões da estrutura do material biológico), que chega até nós, embora não tenha energia suficiente para provocar uma ionização, é suscetível de induzir outros efeitos biológicos, como produção de calor (efeitos térmicos), interações biológicas (efeitos não térmicos) e interferências com equipamentos médicos.

 

 

 

 

Efeitos térmicos

Os efeitos térmicos estão relacionados com o aumento da temperatura dos tecidos biológicos, a qual é absorvida pela água contida nos tecidos do nosso organismo. O aumento da produção de energia no organismo depende, fundamentalmente, de dois fatores:

 

                1. Intensidade da radiação que penetrou no seu interior;

 

                2. Capacidade do organismo em regular a temperatura

 

            Quando a temperatura do corpo começa a subir, o aumento continuará até ser equilibrado pela sua própria capacidade em remover essa temperatura em excesso. Mas este mecanismo de compensação do organismo tem limites. A partir de uma determinada intensidade de radiação, o aumento de temperatura pode ser tão elevado que a corrente sanguínea não o consegue compensar. Em situações em que o acréscimo da temperatura dos tecidos for superior a cerca de 1ºC poderão surgir efeitos biológicos adversos.

Poderão ocorrer efeitos fisiológicos, estudados em sistemas celulares e animais, incluindo alterações nas funções cerebrais e neuromusculares, alterações hematológicas, reprodutivas e outras.

 Uma das zonas do corpo humano termicamente mais vulnerável são os olhos, pelo facto de terem uma irrigação sanguínea reduzida e possuírem, assim, menos capacidade para remoção dos aumentos de temperatura, podendo conduzir à formação de cataratas em situações de exposição aguda, muito intensa.

 

 

 

Efeitos não térmicos

Para além dos diversos efeitos térmicos, existem outros que resultam da exposição a radiações de intensidades inferiores, quando comparadas com aquelas que levam ao aparecimento dos efeitos térmicos.

O bom funcionamento do nosso corpo é assegurado por uma diversidade de processos específicos que são altamente sensíveis a determinadas intensidades, consoante as características de determinado indivíduo que se encontra exposto a radiações eletromagnéticas, sendo as crianças o grupo mais sensível a esta exposição. Os efeitos não térmicos dependem sempre das características do sujeito exposto. Deste modo, o nosso organismo pode, potencialmente, sofrer variadas interferências que são causadas pelas radiações presentes em diversos aparelhos utilizados dia-a-dia pelo ser humano.

 

 

O uso de sistemas de comunicações móveis, que nos expõem a radiações de reduzida intensidade, pode dar origem a efeitos não térmicos no nosso organismo.

 

Esses efeitos podem ser:

 

  • Efeitos sobre a saúde em geral

  • Efeitos sobre o feto

  • Efeitos sobre a visão

  • Efeitos cancerígenos

  • Outros efeitos biológicos.

 

 

  • Efeitos sobre a saúde em geral

Sintomas como ansiedade, náuseas, cansaço ou depressão e perturbações como cefaleias são associados à exposição de determinado individuo a campos eletromagnéticos, embora essa relação ainda não tenha sido provada.  

 

  • Efeitos sobre o feto

Os estudos realizados até hoje, não têm sido evidenciado qualquer aumento de risco entre a exposição aos campos elétricos e campos magnéticos e a existência de problemas relacionados com a gravidez, designadamente: más formações no embrião durante a gravidez, abortos espontâneos, malformações congénitas, diminuição do peso à nascença ou outros efeitos. Verificam-se alguns casos onde os dados aparentam apontar para uma possível relação mas, no entanto, a comunidade científica ainda não está em acordo com esta afirmação, pois existem inúmeros fatores externos que podem levar à existência de más formações.

 

 

  • Efeitos sobre a visão

 

Diversos trabalhadores que se encontram expostos a elevados níveis de intensidade dos campos eletromagnéticos e que posteriormente contraem cataratas, afirmam a existência de uma relação de causa/efeito entre estas duas situações. Contudo, não há evidência de que estes efeitos ocorram perante os níveis de radiação a que a população em geral está exposta;

 

 

 

  • Efeitos cancerígenos

 

Até aos dias de hoje, os estudos relacionados com o desenvolvimento de cancro em seres humanos verificam que estes não se encontram associados a campos eletromagnéticos de muito baixa frequência.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde “de acordo com a informação científica actual, a exposição aos campos de radiofrequência, tais como os que estão associados aos telemóveis e estações de base não é susceptível de induzir ou produzir cancro.”

No entanto, não existem provas concretas que provem que campos eletromagnéticos de frequência extremamente baixa tenham efeitos nas células humanas (como nas radiações ionizantes que quebram as ligações e produzam iões) mas ainda há estudos a ser efetuados.

 

 

 

 

  • Outros efeitos biológicos.

Têm sido referidos efeitos psicológicos de curta duração, assim como alguma hipersensibilidade (reações alérgicas e adversas), atribuídos a exposições a campos elétricos e campos magnéticos.

 

 

Uso de telemóveis

 

Com o aparecimento dos telemóveis veio também as preocupações com as radiações que estes produzem e o efeito que poderiam ter no nosso corpo. Até à data não se conseguiu ainda provar definitivamente efeitos nocivos diretos na saúde humana resultantes das radiações emitidas pelos telemóveis, mas todos os estudos que foram feitos são ainda recentes e de curto tempo de exposição, pelo não há ainda certezas em relação a períodos de longa exposição.

A gama de frequências em que os telemóveis funcionam está inserida nas radiações não ionizantes, isto é, as que não têm capacidade de produzir iões, direta ou indiretamente (de que resultam lesões da estrutura do material biológico), ao contrário das gamas de frequências ionizantes, como é o caso dos raios X, que provocam a ruptura das ligações químicas das moléculas.

 

Os estudos que têm mostrado efeitos nocivos para a saúde humana, apontam para o efeito dos telemóveis na quantidade e qualidade do esperma. Por exemplo: o uso do telemóvel no bolso das calças tem mostrado afetar os testículos e a contagem de espermatozóides.

 

Outro dos efeitos mais observáveis das radiações produzidas pelos telemóveis é o aquecimento. Qualquer pessoa que alguma vez utilizou o telemóvel durante uma longa conversa, de certeza que reparou na temperatura da sua orelha. O aumento da temperatura dos tecidos da orelha deve-se às radiações.

 

Verifica-se também estas radiações relacionadas as dores de cabeça crónicas e a perda de memória, especialmente com o uso de telemóveis, mas não se sabe se estes são uma causa definitiva.

 

 

Considerações  da Organização Mundial de Saúde

        I.            A Organização Mundial de Saúde (OMS), considera campos muito intensos, no que diz respeito ao campo magnético quando este assume valores acima de 500 microtesla e estes podem ter alguns efeitos sobre o sistema nervoso. Quanto ao campo elétrico, a organização considera que só há efeitos sobre o sistema nervoso (e não necessariamente nocivos) acima dos 10 kV/m, valores que só são possíveis de atingir muito perto dos condutores de Alta Tensão.

 

      II.            Além destes efeitos, a OMS considera ser possível, embora não esteja provado, que campos magnéticos de muito mais baixa intensidade possam estar associados a algumas raras formas de cancro, para o que recomenda a adopção de medidas de precaução.

 

    III.            Porém, há uma instituição o Grupo internacional “Bioiniciativa”, que considera os campos eletromagnéticos, que designa por “radiações”, suspeitos de serem causa de uma extensa lista de patologias similares às atribuídas à radioatividade, e que reclama medidas radicais contra as fontes de campos eletromagnéticos, nomeadamente o enterramento generalizado das linhas de Alta Tensão.

 

   IV.            A OMS subscreve a posição, segundo a qual “existe uma evidência limitada para a cancerigenidade humana dos campos magnéticos de Baixa Frequência relativamente à leucemia infantil”, e que “não existe evidência adequada para a cancerigenidade humana desses campos em relação a todas as outras formas de cancro”, esclarecendo ainda que isso não se estende a campos elétricos nem a animais.

 

 

Interferências com equipamentos médicos

 

          Têm surgido novas fontes responsáveis pelo aparecimento de interferências eletromagnéticas, e suscetíveis de criar perturbações no funcionamento dos dispositivos médicos, tais como os telemóveis, os sistemas de transmissão de rádio e televisão, o serviço de rádio pessoal (banda do cidadão), entre outros

          Por questões de ordem prática, torna-se impossível limitar a disseminação de novas tecnologias. Os próprios equipamentos médicos são responsáveis pela emissão de radiações eletromagnéticas que podem causar interferência com outros dispositivos.

          Neste contexto, torna-se essencial a criação de mecanismos que garantam a “compatibilidade eletromagnética” dos dispositivos médicos, de forma a permitir o seu correto funcionamento em ambientes adversos.

 

 

 

Em síntese:

Para a maior parte dos casos referidos observa-se as provas científicas existentes não demonstram que as radiações eletromagnéticas são efetivamente as grandes responsáveis pela existência da  maior parte desses casos.

 

Uma das grandes dificuldades a nível científico é a enumeração dos efeitos, pois a sua avaliação é muito subjetiva, o que faz com que a comunidade científica não seja unanima, gerando, por sua vez, duas vertentes.

 

Pelo que cada vez mais a necessidade de continuar a investigar os efeitos dos campos eletromagnéticos, pois cada vez mais estamos rodeados de aparelhos que contêm este tipo de campos e, todos estes aparelhos, nos dias de hoje, são indispensáveis, sendo quase impossível não estar sobre o efeito destes, e visto que os seus efeitos ainda não são conhecidos nos humanos é necessário investigar quais os efeitos na nossa saúde.

 

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